sábado, 7 de fevereiro de 2015

Para Meu Pai

Sabe, eu queria que esses pedidos que fazemos na hora de pagar as velas do bolo realmente fossem realizados.  Tem um filme que o menino deseja que o pai deixe de mentir e isso acontece, e o pai dele se mete em um monte de rabo porque não pode mais contar nenhuma mentirinha. Então, eu queria que fosse assim, e que eu e você pudéssemos pedir juntos tudo que eu mais quero pro senhor: que tudo fique exatamente como está.

Eu quero tanto que tudo continue assim, do jeitinho que estamos. Quero que vejamos filmes antigos juntos todos os dias, quero que continuemos conversando amenidades sobre o clima, a violência ou qualquer outra coisa enquanto jantamos juntos, que cuidemos de nossas cachorrinhas como se fosses crianças, que tenhamos sempre os mesmo hábitos, os mesmo cuidados, as mesmas manias, a mesma rotina. Porque é assim que eu consigo ser a pessoa mais feliz do mundo.

Ah, pai, eu preciso TANTO de você na minha vida, preciso do seu abraço de bom dia, do beijo de boa noite, dos conselhos, do colo, do cheirinho das suas roupas, do seu sorriso, das piadas, das tiradas que surpreendem todo mundo, da sua teimosia em sair sozinho pra longe ( eu fico de coração na boca e joelho no chão, só Jesus pra lhe guardar). Preciso caminhar de mãos dadas contigo, fingir que gosto de futebol só pra discutir sobre o jogo de quarta-feira, ouvir todas as estórias fascinantes de alguém que viveu no século das maiores transformações do mundo. Imagine, pai, você escrevia com uma caneta-tinteiro e hoje tem email, página na internet! Você trabalhava quando criança, só pra juntar dinheiro e ir ao cinema, e hoje é fãzão de BBB. Hahahah. Pai, você não existe! Acho que nunca vou perder o encantamento que tenho por você, porque você nunca deixa de me surpreender com sua vontade de viver, de produzir, de ser mais, saber mais. 

Você tem uma sede de vida incrível, é como se o mundo fosse uma fonte de conhecimento inesgotável, e você não quer desperdiçar nenhuma gotinha né pai? Estuda todos os dias, como se fosse um vestibulando, mas seu principal objetivo é simplesmente... saber. Quantas pessoas no mundo são assim? Quantas pessoas têm na leitura, no estudo, no conhecimento, o principal prazer da vida? Ah, pai, por isso você é tão raro, tão único, tão especial e eu tão babona! Você é o meu maior orgulho nessa vida, o meu maior exemplo, e meu espelho, principalmente no caráter. Se um dia eu for 20% do ser humano que o senhor é, estarei satisfeita.

Pai, eu sempre digo que nosso amor não é desse mundo, e não deve ser mesmo. Um amor desse jeito, desse tamanho, dessa intensidade, dessa densidade, não cabe nesse mundinho aqui não, tem um mundão próprio. É esse mundo só nosso, que criamos juntos, você e eu, desde o dia que você fez um poema pra escolher meu nome, antes mesmo de eu nascer, e que cultivamos em cada conversa, cada gesto de carinho. Eu te amo desde o meu primeiro fôlego, e te amo cada dia mais. 

Tem dia que eu pergunto pra Deus por que ele me deu uma pai tão perfeito. Logo pra mim, tão desligada, atrapalhada, que não sei cuidar nem das tuas roseiras do quintal. Mas logo penso que deve ser porque ele vê em mim alguma coisa da qual o senhor precisa, e deve ser amor. Então Ele acertou em cheio, porque amor é tudo que eu quero te dar, na verdade, devolver. Eu só posso agradecer muito, muito, muito, todos os dias que amanhecem, pelo pai maravilhoso que eu tenho, pela sua saúde e vitalidade. Pedir? Ah, eu queira pedir tanta coisa... mas o que eu tenho é tanto (você) que eu só peço que  Deus te conserve feliz e saudável, e que TUDO FIQUE DO JEITINHO QUE ESTÁ POR MUUUUUITO TEMPO.

Pai, te amo, amo e amo.


Amanda.





quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Dia do Irmão

Meu amor, mamãe conta que quando chegou em casa comigo da maternidade, vc chegou perto do berço e perguntou "minha maninha mãe??", mamãe disse que sim e vc logo avisou "mãe, vou cuidar dela junto com a senhora tá?". Desde esse dia, vc já sabia que seria assim pra sempre: meu anjo da guarda, minha protetora, minha melhor amiga.

Tudo que eu queria hoje é um abraço seu ( ou até um tapa na cabeça como vc faz sempre), te ouvir chamar de minha gorda ( ou daquele apelido horroroso), deitar no tapete da sala e discutir se os backs são melhores que as spices,  rir das manias do papai, assistir o disk mtv ( e brigar porque usou minha roupa primeiro que eu, abusada).

Não tem um dia que não sinta saudades, mas tem dia que o coração aperta mais e eu tenho que mentalizar 8765 vezes que você tá longe mas tá bem, e tá crescendo e sendo muito feliz, vivendo tudo que  sempre sonhou viver. Te ver se realizando é meu consolo, porque eu detestaria te ver aqui do meu lado, mas numa vida marromeno, sem graça, frustrada por não ser/estar quem você gostaria realmente. Seria uma tristeza maior do que me privar da tua rotina, deve ser triste pra qualquer irmão ver o outro sendo levado pela vida, uma vida cinza, sem horizonte lá na frente, sem saber de onde veio, nem pra onde vai. Eu penso nisso e vejo que tenho que te admirar ainda mais todos os dias, por toda sua garra, determinação e coragem!

Eu nem sabia que hoje é dia do irmão, é mais uma nova invenção no calendário, que serve pra gente ter uma dia pra comemorar com mais afinco qualquer coisa. Hoje, pra mim, é uma dia de saudade. Mas tenho certeza que em breve passaremos esse dia juntas,e os dias de tristeza nem na memória vão ficar.

TE AMO, THICI. E O QUE SENTIMOS UMA PELA OUTRA É ETERNO.


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Desejos

Gente, esse mês de agosto tá demorando né? Égua, chega outubro e não chega setembro! Agosto foi um mês legal pra mim, porque foi o mês que decidi mudar. Foi sem dúvida um dos meses mais difíceis da minha vida, porque mudar pra melhor é bom, mas não é nada fácil. Não meeessmo. Então que eu passei perrengue, fome, tristeza, raiva... mas também passei muita coisa boa: teve o dia dos pais maravilhoso, teve lançamento de livro do meu papi, teve saidinhas com meu marido, festas em família, festa com amigos, voltei com exercícios físicos leves, conheci um monte de gente muito legal por onde passei, teve o reinício do blog ( agora identificada ), e principalmente, comecei a gostar mais de mim, e me considerar uma pessoa forte. Porque mantive meu foco, levantei quando caí, enfrentei as dificuldades e posso agora ver o que antes eu não via: EU CONSIGO SIM!

Portanto, esse mês foi bacana e muito importante num saldo geral, mas pra mim, já deu. Porque setembro tem aniversário do meu pai, que é o meu amor maior nesta terra, tem a minha mãe aqui em casa, tem aniversário da minha enteada querida, tem volta à academia ( agora de verdade), tem feriado prolongado, tem festa babado com a minha turma mais divertida, tem mais RA, tem mais trabalho, mais estudo, mais vida! Tudo bem que tbm tem tratamento dentário (miabraça?) e consultas chatas, mas nem só de alegria vive o homem né? Vamo lá!

SETEEEMBRO... VÁ SE PREPARANDO QUE EU TÔ DOIDA PRA LHE USAR...

( é obrigatório ler com sotaque e voz do coronel Jesuíno)

Mas antes, vou deixar pra vocês um texto do Drummond. Agora em agosto, fez 25 anos que ele se foi, mas sua obra continua viva, atualíssima. E eu cada vez mais encantada com os escritos desse mineirinho!

"Desejo a você... 
Fruto do mato 
Cheiro de jardim 
Namoro no portão 
Domingo sem chuva 
Segunda sem mau humor 
Sábado com seu amor 
Ouvir uma palavra amável 
Ter uma surpresa agradável 
Noite de lua Cheia 
Rever uma velha amizade 
Ter fé em Deus 
Não ter que ouvir a palavra não 
Nem nunca, nem jamais e adeus. 
Rir como criança 
Ouvir canto de passarinho 
Escrever um poema de Amor 
Que nunca será rasgado 
Formar um par ideal 
Tomar banho de cachoeira 
Aprender uma nova canção 
Esperar alguém na estação 
Queijo com goiabada 
Pôr-do-Sol na roça 
Uma festa 
Um violão 
Uma seresta 
Recordar um amor antigo 
Ter um ombro sempre amigo 
Bater palmas de alegria 
Uma tarde amena 
Calçar um velho chinelo 
Sentar numa velha poltrona 
Tocar violão para alguém 
Ouvir a chuva no telhado 
Vinho branco 
Bolero de Ravel... 
E muito carinho meu".


É assim que eu desejo que seja o nosso setembro!


: )

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Velha Amiga Nova

Estranho como o tempo e a distância conseguem apagar as coisas, as pessoas, os sentimentos. Vejo fotos de alguém com quem convivi por muito tempo no dia-a-dia, que fez parte da minha rotina por anos, tentando reconhecê-la... não consigo. Fico lembrando das conversas, das gargalhadas, das confidências, e não consigo ver nas fotos a mesma pessoa. Sei lá, tenho a impressão de que aquela pessoa ali, sorrindo com novos amigos, novo trabalho, nova cidade, não é a mesma da minha infância, da minha adolescência. Essa "nova" não me conhece, não sabe nada de mim. Eu me lembro de tudo tão bem, tão nitidamente, mas não consigo encaixar a pessoa da foto nas minhas lembranças. Não foi com a nova que eu brinquei de elástico, nem foi ela que tentou me ensinar a andar de bicicleta, nem foi pra ela que eu contei do meu primeiro beijo.

Eu sei, todo mundo cresce e muda, com o passar do tempo. Mas esse passar foi tão distanciador pra nós que nos perdemos, mesmo sem termos nos separado muito (somos da mesma família). Sinceramente, somos quase estranhas uma pra outra. Não temos contato, não nos visitamos, não conversamos sobre nossas vidas. Perdemos a intimidade, fizemos cerimônia nas raras vezes que nos encontramos. Tudo ficou ali, no passado. Onde será que erramos (será que erramos?) ?

A minha irmã, que mora fora do país há mais de 10 anos, ainda pergunta por ela com o mesmo entusiamo de quando éramos um trio carne-unha-cutícula. Elas eram até mais ligadas do que eu. Ficamos mais unidas depois que a minha irmã foi morar longe. Eu tento explicar sobre isso pra minha irmã, e ela não entende muito bem. Acho que só vai ver/entender quando voltar.

Eu penso nessas coisas e nem sei se fico triste. Que doido né? Lembrar de alguém que não existe mais,  mesmo estando viva e a seu alcance. Nem tenho vontade de retomar o vínculo, porque como eu disse antes:  não a reconheço. Não seria a mesma coisa, pelo simples motivo de não ser mais a mesma pessoa. Entendeu? Ah, desiste! Eu tô escrevendo isso justamente porque nem eu mesma entendo.

Não sinto falta, mas sinto saudade, uma saudade impossível de matar, porque nunca mais vou conviver com aquela "antiga". A "nova" continua sendo uma excelente pessoa, que eu amo e quero ver sempre cada dia mais feliz. Tenho certeza de que é boa amiga, que faz as pessoas rirem, que se diverte e divide os problemas com alguém. Mas não é a minha antiga. Espero mesmo que ela lembre da gente sempre, que guarde nossos momentos pra sempre como eu guardo, que sinta essa saudade besta.

Espero também que ela leia isso aqui, e que a "nova Amanda" possa conhecê-la melhor.


Bjo amigos!

domingo, 18 de março de 2012

Oi gente bronzeada! Criei um blog pra dividir com vocês a minha maneira de ver o mundo, algumas coisas da minha rotinha, meus interesses... enfim, o meu jeitinho de viver a vida. Espero, sinceramente, que vocês gostem. Um beijo!