quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Desejos

Gente, esse mês de agosto tá demorando né? Égua, chega outubro e não chega setembro! Agosto foi um mês legal pra mim, porque foi o mês que decidi mudar. Foi sem dúvida um dos meses mais difíceis da minha vida, porque mudar pra melhor é bom, mas não é nada fácil. Não meeessmo. Então que eu passei perrengue, fome, tristeza, raiva... mas também passei muita coisa boa: teve o dia dos pais maravilhoso, teve lançamento de livro do meu papi, teve saidinhas com meu marido, festas em família, festa com amigos, voltei com exercícios físicos leves, conheci um monte de gente muito legal por onde passei, teve o reinício do blog ( agora identificada ), e principalmente, comecei a gostar mais de mim, e me considerar uma pessoa forte. Porque mantive meu foco, levantei quando caí, enfrentei as dificuldades e posso agora ver o que antes eu não via: EU CONSIGO SIM!

Portanto, esse mês foi bacana e muito importante num saldo geral, mas pra mim, já deu. Porque setembro tem aniversário do meu pai, que é o meu amor maior nesta terra, tem a minha mãe aqui em casa, tem aniversário da minha enteada querida, tem volta à academia ( agora de verdade), tem feriado prolongado, tem festa babado com a minha turma mais divertida, tem mais RA, tem mais trabalho, mais estudo, mais vida! Tudo bem que tbm tem tratamento dentário (miabraça?) e consultas chatas, mas nem só de alegria vive o homem né? Vamo lá!

SETEEEMBRO... VÁ SE PREPARANDO QUE EU TÔ DOIDA PRA LHE USAR...

( é obrigatório ler com sotaque e voz do coronel Jesuíno)

Mas antes, vou deixar pra vocês um texto do Drummond. Agora em agosto, fez 25 anos que ele se foi, mas sua obra continua viva, atualíssima. E eu cada vez mais encantada com os escritos desse mineirinho!

"Desejo a você... 
Fruto do mato 
Cheiro de jardim 
Namoro no portão 
Domingo sem chuva 
Segunda sem mau humor 
Sábado com seu amor 
Ouvir uma palavra amável 
Ter uma surpresa agradável 
Noite de lua Cheia 
Rever uma velha amizade 
Ter fé em Deus 
Não ter que ouvir a palavra não 
Nem nunca, nem jamais e adeus. 
Rir como criança 
Ouvir canto de passarinho 
Escrever um poema de Amor 
Que nunca será rasgado 
Formar um par ideal 
Tomar banho de cachoeira 
Aprender uma nova canção 
Esperar alguém na estação 
Queijo com goiabada 
Pôr-do-Sol na roça 
Uma festa 
Um violão 
Uma seresta 
Recordar um amor antigo 
Ter um ombro sempre amigo 
Bater palmas de alegria 
Uma tarde amena 
Calçar um velho chinelo 
Sentar numa velha poltrona 
Tocar violão para alguém 
Ouvir a chuva no telhado 
Vinho branco 
Bolero de Ravel... 
E muito carinho meu".


É assim que eu desejo que seja o nosso setembro!


: )

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Velha Amiga Nova

Estranho como o tempo e a distância conseguem apagar as coisas, as pessoas, os sentimentos. Vejo fotos de alguém com quem convivi por muito tempo no dia-a-dia, que fez parte da minha rotina por anos, tentando reconhecê-la... não consigo. Fico lembrando das conversas, das gargalhadas, das confidências, e não consigo ver nas fotos a mesma pessoa. Sei lá, tenho a impressão de que aquela pessoa ali, sorrindo com novos amigos, novo trabalho, nova cidade, não é a mesma da minha infância, da minha adolescência. Essa "nova" não me conhece, não sabe nada de mim. Eu me lembro de tudo tão bem, tão nitidamente, mas não consigo encaixar a pessoa da foto nas minhas lembranças. Não foi com a nova que eu brinquei de elástico, nem foi ela que tentou me ensinar a andar de bicicleta, nem foi pra ela que eu contei do meu primeiro beijo.

Eu sei, todo mundo cresce e muda, com o passar do tempo. Mas esse passar foi tão distanciador pra nós que nos perdemos, mesmo sem termos nos separado muito (somos da mesma família). Sinceramente, somos quase estranhas uma pra outra. Não temos contato, não nos visitamos, não conversamos sobre nossas vidas. Perdemos a intimidade, fizemos cerimônia nas raras vezes que nos encontramos. Tudo ficou ali, no passado. Onde será que erramos (será que erramos?) ?

A minha irmã, que mora fora do país há mais de 10 anos, ainda pergunta por ela com o mesmo entusiamo de quando éramos um trio carne-unha-cutícula. Elas eram até mais ligadas do que eu. Ficamos mais unidas depois que a minha irmã foi morar longe. Eu tento explicar sobre isso pra minha irmã, e ela não entende muito bem. Acho que só vai ver/entender quando voltar.

Eu penso nessas coisas e nem sei se fico triste. Que doido né? Lembrar de alguém que não existe mais,  mesmo estando viva e a seu alcance. Nem tenho vontade de retomar o vínculo, porque como eu disse antes:  não a reconheço. Não seria a mesma coisa, pelo simples motivo de não ser mais a mesma pessoa. Entendeu? Ah, desiste! Eu tô escrevendo isso justamente porque nem eu mesma entendo.

Não sinto falta, mas sinto saudade, uma saudade impossível de matar, porque nunca mais vou conviver com aquela "antiga". A "nova" continua sendo uma excelente pessoa, que eu amo e quero ver sempre cada dia mais feliz. Tenho certeza de que é boa amiga, que faz as pessoas rirem, que se diverte e divide os problemas com alguém. Mas não é a minha antiga. Espero mesmo que ela lembre da gente sempre, que guarde nossos momentos pra sempre como eu guardo, que sinta essa saudade besta.

Espero também que ela leia isso aqui, e que a "nova Amanda" possa conhecê-la melhor.


Bjo amigos!