segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Velha Amiga Nova

Estranho como o tempo e a distância conseguem apagar as coisas, as pessoas, os sentimentos. Vejo fotos de alguém com quem convivi por muito tempo no dia-a-dia, que fez parte da minha rotina por anos, tentando reconhecê-la... não consigo. Fico lembrando das conversas, das gargalhadas, das confidências, e não consigo ver nas fotos a mesma pessoa. Sei lá, tenho a impressão de que aquela pessoa ali, sorrindo com novos amigos, novo trabalho, nova cidade, não é a mesma da minha infância, da minha adolescência. Essa "nova" não me conhece, não sabe nada de mim. Eu me lembro de tudo tão bem, tão nitidamente, mas não consigo encaixar a pessoa da foto nas minhas lembranças. Não foi com a nova que eu brinquei de elástico, nem foi ela que tentou me ensinar a andar de bicicleta, nem foi pra ela que eu contei do meu primeiro beijo.

Eu sei, todo mundo cresce e muda, com o passar do tempo. Mas esse passar foi tão distanciador pra nós que nos perdemos, mesmo sem termos nos separado muito (somos da mesma família). Sinceramente, somos quase estranhas uma pra outra. Não temos contato, não nos visitamos, não conversamos sobre nossas vidas. Perdemos a intimidade, fizemos cerimônia nas raras vezes que nos encontramos. Tudo ficou ali, no passado. Onde será que erramos (será que erramos?) ?

A minha irmã, que mora fora do país há mais de 10 anos, ainda pergunta por ela com o mesmo entusiamo de quando éramos um trio carne-unha-cutícula. Elas eram até mais ligadas do que eu. Ficamos mais unidas depois que a minha irmã foi morar longe. Eu tento explicar sobre isso pra minha irmã, e ela não entende muito bem. Acho que só vai ver/entender quando voltar.

Eu penso nessas coisas e nem sei se fico triste. Que doido né? Lembrar de alguém que não existe mais,  mesmo estando viva e a seu alcance. Nem tenho vontade de retomar o vínculo, porque como eu disse antes:  não a reconheço. Não seria a mesma coisa, pelo simples motivo de não ser mais a mesma pessoa. Entendeu? Ah, desiste! Eu tô escrevendo isso justamente porque nem eu mesma entendo.

Não sinto falta, mas sinto saudade, uma saudade impossível de matar, porque nunca mais vou conviver com aquela "antiga". A "nova" continua sendo uma excelente pessoa, que eu amo e quero ver sempre cada dia mais feliz. Tenho certeza de que é boa amiga, que faz as pessoas rirem, que se diverte e divide os problemas com alguém. Mas não é a minha antiga. Espero mesmo que ela lembre da gente sempre, que guarde nossos momentos pra sempre como eu guardo, que sinta essa saudade besta.

Espero também que ela leia isso aqui, e que a "nova Amanda" possa conhecê-la melhor.


Bjo amigos!

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